sexta-feira, 12 de abril de 2013

CORA



Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lançamos hoje no solo da vida.
Se for para semear,
então que seja para produzir
milhões de sorrisos,
de solidariedade e amizade.

Cora Coralina nasceu Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Goiana, também viveu em São Paulo, no interior e na capital. Viúva, passou a fazer e vender doces para criar seus 6 filhos. E com a alma tão doce quanto os quitutes que fabricava, Cora Coralina escrevia seus poemas desde os 14 anos. E embora tenha estudado até o terceiro ano primário apenas, tornou-se uma das mais importantes poetisas do Brasil.

Seu primeiro livro, Poemas dos becos de Goiás e Estórias Mais, foi publicado quando já tinha 76 anos, em 1965. Mas a fama, de fato, viria apenas em 1980, quando o livro ganhou mais uma edição, com direito a um elogio público de Carlos Drummond de Andrade, que fez com que as atenções se voltassem a ela.

Quase centenária, Cora Coralina passou os últimos anos de sua vida aclamada, tendo sido a primeira mulher a receber o Prêmio Juca Pato, da União Brasileira de Escritores, em 1983. No mesmo ano, era eleita Doutora Honoris Causa pela UFG. 

Mesmo famosa, requisitada para palestras e presente em programas de televisão, a doce Cora jamais perdeu a simplicidade e a suavidade de sua vida de doceira, do interior de Goiás, que retratava a vida do campo com otimismo, humildade e ternura. 

Dois anos depois, ela faleceu, em 10 de abril de 1985, aos 95 anos de idade, ainda achando que seus doces cristalizados de abóbora e figo eram melhores que seus poemas.


Procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.”

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