terça-feira, 19 de março de 2013

ELIS

Elis, um dos maiores nomes da MPB, mesmo 31 anos após sua morte

Anteontem, Elis Regina Carvalho Costa, considerada por muitos a maior intérprete da música popular brasileira, teria completado 68 anos de idade. Morta precocemente aos 36 anos, em 1982, em seu pouco tempo de vida teve uma trajetória brilhante e única.

Gaúcha de Porto Alegre, Elis começou cedo. Aos 11 anos já se apresentava em rádios locais, e aos 16 já estava gravando seu primeiro álbum. Em pouco tempo, já estava no Rio de Janeiro e, em 1964, se transferiu para São Paulo, cidade que adotou.

Influenciada pelas cantoras do rádio, como Ângela Maria, a Pimentinha – apelido que ganhou de Vinícius de Moraes – logo chamou a atenção pela sua maneira peculiar de imprimir dramaticidade em suas interpretações, indo da melancolia ao deboche, da dor ao amor, de maneira sempre emocionante. Com Arrastão, de Vinícius de Moraes e Edu Lobo, tornou-se a grande revelação do festival da TV Excelsior de 1965 e se tornou, de fato, na primeira grande estrela da música brasileira vinda da televisão.

Até o final da década, teria seu próprio programa, ao lado de Jair Rodrigues: O fino da Bossa, que originou 3 álbuns, incluindo o lendário Dois na bossa, o primeiro disco brasileiro a vender 1 milhão de cópias. Em 1968, iniciou sua carreira internacional, apresentando-se em Paris e gravando com TootsThielemans.

Manteve uma carreira gloriosa, repleta de grandes sucessos. Em 1975, o espetáculo Falso brilhante ficou em cartaz mais de um ano, com mais de 300 apresentações e rendeu um álbum com o mesmo nome.

Eclética, começou no rock ingênuo e transitou pela bossa nova, pelo jazz, pelo samba, com muita propriedade. Inteligente, sabia que seu sucesso também dependia da qualidade de seu repertório. E, a cada álbum lançado, ela ouvia absolutamente tudo que lhe era proposto.

E foi pela sua voz que o Brasil ouviu pela primeira vez canções de Milton Nascimento, Renato Teixeira, Ivan Lins, Gonzaguinha e João Bosco. Também são célebres seus duetos, especialmente com Tom Jobim, Jair Rodrigues e Rita Lee.

Muito engajada politicamente, Elis Regina era uma aberta crítica da ditadura, por meio de declarações bombásticas ou pelas letras das canções que interpretava. Em seus últimos anos de vida, foi uma das maiores apoiadoras da Anistia e foi uma das primeiras afiliadas do recém-criado PT, em 1981. Por ser uma popular estrela de primeiríssima grandeza, nunca chegou a ser presa, mas foi imposta a cantar o Hino Nacional em um estádio, durante um evento governamental.

Casou-se duas vezes, com Ronaldo Bôscoli e César Camargo Mariano, e teve 3 filhos: os produtores musicais João Marcelo Bôscoli e Pedro Camargo Mariano, e a cantora Maria Rita.

Elis foi encontrada morta em 19 de janeiro de 1982, vítima de uma overdose de cocaína e bebidas alcoólicas, fato que surpreendeu e chocou o país inteiro.

2 comentários:

  1. Olá,
    Que falta faz. Alem da cantora que era, tinha uma personalidade marcante, articuladíssima. Parabéns pela homenagem... Abraço! www.beabadosucesso.com.br

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