sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

NINA

Nina Simone, a diva rebelde: do sonho de tornar-se uma
pianista clássica nasceu a voz dos direitos civis
Sabe quem é Eunice Kathleen Waymon? Por este nome, talvez não, mas esse é o nome verdadeiro de Nina Simone, uma das maiores cantoras norte-americanas do século 20, que hoje completaria 80 anos de idade.

De família humilde, sexta filha de sete crianças, Nina começou a teclar o piano cedo, aos 4 anos de idade, e fazia parte do coral da igreja. Seu pai era pastor metodista. Ao terminar o colégio, ganhou uma bolsa de estudos para a renomada Julliard School of Music, em NY, que ela teve de abandonar por falta de dinheiro.

Mudou-se para a Filadélfia, onde viveu com a família novamente, para juntar dinheiro para estudar. Nesta época, um fato a abalou profundamente: foi rejeitada pelo Curtis Institute of Music in Philadelphia. Desiludida com a música clássica, Nina Simone nasceu quando Eunice completou 20 anos de idade.

Sucesso imediato em 1959, Nina cantou
no funeral de Martin Luther King e suas
composições eram hinos contra o racismo
Interessada pelo blues e o jazz, começou a tocar piano e cantar em bares no final dos anos 50. Para preservar e esconder seu nome de família, escolheu Nina, uma corruptela de pequeniña (a pequena) como era chamada por um namorado latino, com o Simone de Simone Signoret, sua atriz favorita. 

Sua paixão pela música erudita (sobretudo Bach), somada com o gospel da infância e seu interesse pelo jazz, blues e folk formaram uma mistura que logo chamou a atenção e em pouco tempo já gravava discos e tornou-se sucesso nacional em 1959, com I loves you Porgy, clássico de George Gershwin.

Nos anos 60, com a notoriedade, tornou-se porta voz dos direitos civis e combatia o racismo com veemência. Cantou no funeral de Martin Luther King, e a sua canção Mississipi Goddamn, que fala sobre o assassinato de 4 crianças negras em uma igreja em 1963, tornou-se um hino ativista.

Com uma vida de muitos altos e baixos,
trabalhou até o fim, em 2003.
Desiludida mais uma vez, deixou os EUA e viveu em vários países, como a Libéria, Suíça, Barbados, até estabelecer-se no sul da França. E os anos 70 trariam o começo do fim. Depois de casamentos conturbados e ser enganada por empresários e contadores, seu declínio era marcante.

Sua carreira renasceu no fim dos anos 80, quando My baby just cares for me apareceu em um comercial de perfume da Chanel, no Reino Unido. O comercial realavancou a música, que foi parar no Top 10 Britânico, proporcionando à Nina um sopro a mais em sua conturbada carreira.

Sendo obrigada a trabalhar para viver, e dando sinais de uma aparente esquizofrenia que nunca foi diagnosticada, a Diva Rebelde continuou sua carreira até o fim, e em seus últimos anos de vida rumores diziam que estava com câncer de mama, que nunca foi confirmado. Nina morreu dormindo, em sua casa em Carry-le-Rouet, na França, em abril de 2003.


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