Polêmica, precursora e diva.
Estas são apenas três características de Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães d'Áurea Bengell, ou simplesmente Norma Bengell, que nos deixou essa semana, após uma batalha contra o câncer de pulmão.
Atriz, cineasta, cantora, compositora e vedete, Norma foi uma verdadeira musa do cinema brasileiro nas décadas de 1960/1970. No início da carreira, sua beleza era comparada com a de outro ícone feminino: Brigitte Bardot, e em 1962 escandalizou o país ao protagonizar o primeiro nu frontal em uma película brasileira, no filme Os Cafajestes, de Ruy Guerra.
No mesmo ano, participou também de O pagador de promessas, de Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1963. O filme abriu portas para uma carreira no cinema europeu, mas nunca deixou de trabalhar no país, onde filmou com os mais importantes diretores do Cinema Novo, como Glauber Rocha, Julio Bressane e Walter Hugo Khouri.
Devido à natureza precursora de seu trabalho, ela se dizia perseguida pela ditadura militar, e exilou-se na França, em 1971.
Estreou como diretora em 1988, como filme Eternamente Pagu, e ainda faria mais um filme em 1996, O Guarani. Envolveu-se em escândalos nesta última produção, envolvendo lavagem de dinheiro na realização do filme.
Com presença rara na televisão, Norma teve personagens de destaque em poucas novelas, como Os Imigrantes, de Benedito Ruy Barbosa, e Sexo dos anjos, de Ivani Ribeiro. Sua última aparição na telinha foi na comédia Toma lá, dá cá, de Miguel Falabella.
Teve um casamento de 30 anos com o ator italiano Gabriele Tinti, mas não teve filhos. Considerada difícil por uns e idolatrada por outros, mesmo envolta em controvérsias, Norma Bengell deixa um legado importantíssimo para a história das artes brasileiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário